mardi 11 août 2009

Partidos & Ideologias em Cabo Verde: (des) Construindo Equívocos?


Este é um artigo difícil sobre um tema difícil, cheio de equívocos, inclusive dos meus próprios equívocos. Alguém me pode ajudar? Agradecia. Este é um mote, em estilo de provocação, para desafiar outros a debater, neste espaço ou noutros, este velho tema, ao mesmo tempo sempre actual.

Primeiro Equívoco

Ouço muitas vezes contrapor, a propósito dos partidos políticos nacionais, Esquerda versus Liberais, subentendendo, que o PAICV seria um partido de esquerda e, o MPD, um partido de ideologia liberal. Ora, Esquerda não se contrapõe a Liberalismo, mas sim a Direita. Liberalismo é outra doutrina, que tanto pode aplicar-se à esquerda como à direita. Historicamente, como no presente, tanto se pode encontrar esquerdas liberais como direitas liberais, esquerdas conservadoras como direitas conservadoras, dependendo de matérias e de épocas. O Liberalismo, por seu turno, não é abraçado em bloco, nem pela esquerda nem pela direita. Há, pelo menos, um Liberalismo económico, político, jurídico, cultural, entre outros. A direita, por exemplo, pode ser tendencialmente, liberal face à economia e conservadora na sua visão de certos direitos (imigração, direitos sociais). A esquerda pode ser liberal na sua visão dos direitos sociais, dos trabalhadores e desfavorecidos, mas conservadora na sua visão da economia e da empresa. Portanto, Esquerda contrapõe-se a Direita, e Liberalismo contrapõe-se a Conservadorismo. É possível, teoricamente, qualquer combinação entre os quatro termos.

Segundo Equívoco

Ouço também dizer que o MPD é um partido de direita e que, o PAICV é um partido de esquerda. Ora, o MPD, nos seus estatutos e declaração de princípios em vigor, declara-se como sendo Centrista, portanto, nem de esquerda, nem de direita, a meio. Ora, ensina-me a Enciclopédia Polis (p. 808-814) que o Centrismo «não é tanto uma ideologia, nem é uma doutrina – ou para quantos o encaram como doutrina ou inspiração fundamental, não é uma doutrina do fim mas uma doutrina do método». Isto é, o centrismo seria relativamente neutro em relação à polarização esquerda – direita, o centrista tenta agir como árbitro, entre uma coisa e outra, tenta resolver conflitos, moderar, encontra as melhores soluções práticas, sejam elas de inspiração esquerdista ou direitista. Significa isto que o MPD não tem então ideologia? Não creio. Significa que a sua postura ideológica é pragmática, virada para a resolução prática de problemas. Será o PAICV um partido de esquerda? Também aí, a tarefa de verificação é árdua, na medida em que haveriam seguramente muitas contradições. Veja-se: o PAICV não é um partido de trabalhadores nem tão pouco das massas. As circunstâncias históricas do seu surgimento fizeram dele o primeiro partido das elites e, do MPD, paradoxalmente, o primeiro partido das massas e desfavorecidos. Ora, na teoria dos partidos políticos, a ser verdade que o MPD é de centro-direita liberal e o PAICV da esquerda conservadora, então aqueles adjectivos teriam de ser trocados, isto é, o MPD um partido das elites e o PAICV um partido das massas. Continua.
 

Desporto, Economia & Desenvolvimento

Em pouco tempo, surpreendentemente, a nossa selecção de basquetebol, arrecada uma medalha de bronze africana e uma medalha de prata da Lusofonia. E a nossa selecção de futebol sub-21 é medalha de ouro nos jogos da Lusofonia 2009. Alguém já começou a pensar seriamente nisso? Nós que não somos propriamente um país que respira futebol & basquetebol, nem um país onde, por todas as equinas e ruelas, há um campo e uma tabela de basquetebol, com miúdos a driblar e a lançar bolas.

Em tempo de crise, em que as atenções estão viradas para a Economia, eis, na nossa percepção, uma séria Oportunidade Nacional. Tradicionalmente visto como lazer, passa-tempo, o Desporto, pode todavia ser um valioso Eixo para o desenvolvimento e economia nacionais. De repente, ocorrem-me estas reflexões, que deixo aqui de forma desordenada e vaga:

Sinto que Cabo verde é hoje um país a despertar para algumas auto-ilusões e a sofrer uma pressão momentânea de ter que se reinventar-se, uma vez mais, para acudir, por um lado, aos seus próprios problemas e, por outro, aos que o Mundo criou. De repente, alguém nos fez ver que o famoso Turismo de que falámos há anos, como motor estratégico para a nossa Prosperidade, até pode ser, mas não será de repente, nem a curtíssimo prazo. Com um pouco mais de ventania no ar, saltou o boné que encobria um negócio em grandes apuros e que, ainda, está longe de enriquecer o país e seus habitantes. Falta receber os dinheiros prometidos, faltam investimentos públicos, segurança, restauração, entretenimento, embelezamento, qualidade, serviços, diversidade, enfim, como destino, ainda não somos mais do que um produto tosco, sofrível.

É hora, pois, das melhores capacidades nacionais, independentemente dos credos e cores, pousarem novamente, para traçar novos caminhos, fixar novos eixos e prioridades nacionais. Nessa urgência, o Desporto é, para nós, uma Oportunidade Nacional. Vejamos: graças ao labor dos autarcas nacionais, já existem estádios relvados e polidesportivos em todos os municípios do país; levado a sério o Desporto: i) cria emprego (para atletas, staff técnico das equipas, gestores de recintos desportivos, comerciantes e vendedores dos recintos); ii) ocupa a juventude para que esta não tenha muito tempo disponível para ocupações desviantes e maléficas para a sua saúde física, psíquica e intelectual; iii) gera rendimentos (receitas de bilheteira, aluguer dos recintos para espectáculos, actividades empresariais e académicas, salários/compensações aos atletas, receitas de transferências dos melhores atletas para campeonatos profissionais, reinvestimento dos ordenados milionários recebidos no estrangeiro); iv) cria entretenimento para nós e nossos turistas (assistir jogos).

É caso para dizer que é hora de erguer o Desporto ao nível dos principais pilares do desenvolvimento (ao lado das Novas tecnologias e da Cultura) nas Agendas de Transformação do país, nos Programas de Governo, nas Moções de Estratégia, nos Orçamentos de Estado. Investir dinheiro público e privado, quadros, consultores e assessores, metodologias, ministérios, empresários, diáspora, pôr o país todo a jogar. Sempre me pareceu que nós os cabo-verdianos, somos muito mais propensos a ter sucesso no desporto, cultura e entretenimento, do que nas matemáticas, física ou filosofia. Percebemos pouco de economia e gestão, mas bastante de lazer, música & desporto. Talvez sejam esses alguns dos nossos principais desígnios na Sociedade das Nações livres e interdependentes.

samedi 8 août 2009

Se PSD ganhar legislativas, JSD pode ser terceira força parlamentar


A forte representatividade da Juventude Social-Democrata nas listas do PSD às legislativas garante 10 a 12 deputados eleitos directamente. Se os laranjas ganharem as eleições, com as habituais saídas do grupo parlamentar para o Governo, a JSD pode ser numa espécie de terceira bancada A estrutura liderada por Pedro Rodrigues acredita que, se o PSD for Governo, a jota pode chegar aos 17 deputados, avança o Diário de Notícias. É a mesma representatividade conseguida Pedro Passos Coelho em 1987, quando líder da JSD e na primeira maioria absoluta de Cavaco Silva.Entre os lugares elegíveis, contabiliza aquele jornal, estão três em Braga, três no Porto, dois em Lisboa, e um em Leiria, Aveiro e Madeira. Nas listas de Pedro Santana Lopes, em 2005, a JSD não conseguiu colocar nenhum elemento em posição elegível.

16:55 - 08-08-2009
Fonte: http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=172611